Os
Municípios com Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de
Saúde (UBS) sem utilidade poderão usá-las para outras finalidades de saúde, sem
ter de devolver os recursos recebidos. O Decreto 9.380/2018 foi
publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 23 de maio.
Durante
participação na cerimônia de abertura, o presidente da República, Michel Temer,
assinou a norma que altera o Decreto 7.827/2012 para livrar os gestores
municipais da obrigatoriedade de devolver os recursos federais recebidos para
implantação das unidades. Essa mudança na legislação é uma antiga luta
municipalista, e uma reivindicação da Confederação Nacional de Municípios
(CNM), apresentada ao Ministério da Saúde (MS) e ao Tribunal de Contas da União
(TCU).
De acordo
com dados do próprio MS, existem no país 1.127 estruturas de saúde construídas,
que nunca foram usadas. Delas, 979 são UBS e 148 são UPAs. Apesar de a dívida
dos Municípios pelo não uso das construções variar de acordo com o tamanho da
unidade, o ministério estima que a devolução das prefeituras seria entre R$ 2,2
milhões e R$ 4 milhões por UPA. Já por UBS, o reembolso seria entre R$ 772 mil
e R$ 1 milhão.
Programas: Durante a
abertura do evento, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, voltou a falar sobre
os problemas dos programas federais lá na ponta, nos Municípios. “Sabe quanto
pagamos para sustentar os programas federais que foram criados ao longo dos
anos? São R$ 61 bilhões por ano, do nosso dinheiro, para dar sustentação a
esses programas que nós não criamos”, perguntou e respondeu, durante a abertura
da XXI Marcha.
De acordo
com dados da Confederação de 2015, o governo federal repassa
para a manutenção da UPA uma importância de R$ 100 mil; o Estado entra com
outros R$ 100 mil. Entretanto, o Município custeia os R$ 250 mil restantes, ou
seja, sozinho, o Município arca com mais da metade do custo de uma UPA tipo I.
Tal proporção se mantém com as UPAs dos portes II e III.
Valor: Por conta
desses fatores, a CNM destaca a importância do decreto e o tamanho da conquista
que ele representa. Segundo dados do governo, a decisão de Temer polpa os
Municípios de repassar mais de R$ 750 milhões referentes a UBS e entre R$ 325
milhões e R$ 592 milhões de UPAs. No geral, todas as reivindicações
apresentadas pela CNM foram atendidas pelo governo, nessa questão, exceto o
parcelamento das dívidas.
Esses
parcelamentos são referentes a obras não concluídas. No entanto, o governo se
comprometeu a encontrar soluções também para essa questão, com segurança
jurídica e administrativa.
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