Em 8 de maio é celebrado o Dia Mundial de Combate
ao Câncer de Ovário, um tumor menos incidente que os de colo de útero e mama,
porém considerado o câncer ginecológico que mais ocasiona mortes no planeta,
com mais de 70% dos diagnósticos concluídos em estágio avançado, quando a
doença já atingiu outros órgãos.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do ovário é o
sétimo mais incidente no norte do Brasil. Dos 270 novos casos esperados
até o final de 2018, 110 serão diagnosticados no Pará,
com uma taxa bruta de 2,57 de incidência por 100 mil habitantes, segundo dados
da Incidência de Câncer no Brasil, documento publicado pelo Instituto Nacional
de Oncologia (Inca).
Os ovários são glândulas responsáveis pela produção dos hormônios sexuais
femininos (progesterona e estrogênio) e pela produção e armazenamento dos
óvulos que são liberados, um a cada mês, durante o ciclo reprodutor.
Tumor silencioso - O desenvolvimento dos tumores de ovário ocorre de forma
silenciosa. A maioria dos tumores não apresenta sintomas até atingir a fase
avançada. Os mais característicos são dor pélvica, alterações urinárias,
aumento do volume abdominal, gases e irregularidades menstruais. Essas
manifestações clínicas muitas vezes são confundidas com outras patologias,
dificultando ainda mais o diagnóstico.
Cerca de 10 a 15% dos casos de tumores ovarianos apresentam
componente genético ou familiar, com mutações de alto risco dos genes BRCA1 e
BRCA2. Outros fatores de risco estão relacionados à menopausa tardia,
endometriose, obesidade e nuliparidade (sem filhos biológicos). A
incidência é mais comum nas mulheres acima de 40 anos, no período
pós-menopausa. A gravidez e o uso de contraceptivos orais (supressão da
ovulação) são considerados fatores de proteção.
Diagnóstico - Segundo o ginecologista Celso Fukuda, do Hospital Ophir Loyola,
referência no tratamento de câncer no Pará, não existem exames de rastreamento
para a detecção precoce do câncer de ovário. “Ainda não foi comprovado o
benefício, ao se fazer com certa periodicidade, do exame de ultrassom e do
CA-125, que avalia a quantidade deste marcador tumoral no sangue. Ou seja,
não temos, hoje, nem um benefício com exames de rastreamento
existentes, que possam prevenir ou encontrar este tumor na fase inicial,
para que a paciente tenha mais chance de cura ou de controle da doença”,
informou.
Apesar da impossibilidade de rastreamento, os ginecologistas solicitam o
exame de ultrassom pélvica ou transvaginal para tentar detectar o tumor. Em
casos mais avançados, a tomografia é usada para identificar se o tumor já se
espalhou para outros órgãos. A cirurgia é realizada para apontar a fase em que
a doença se encontra e o diagnóstico histopatológico direciona o melhor
tratamento para o controle.
O especialista explicou
ainda que a escolha do tratamento depende da idade e condições clínicas, tipo
histológico do tumor e extensão da doença. “A principal modalidade terapêutica
é a cirurgia, podendo ser utilizada a quimioterapia antes ou depois do
procedimento cirúrgico”.
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