A chamada educação financeira, cuja oferta hoje depende da estrutura de
cada rede de ensino, passa a ser direito de todos os brasileiros, previsto na
chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A BNCC é um documento que prevê o mínimo que deve ser ensinado nas
escolas, desde a educação infantil até o ensino médio. Educação financeira
deve, pela BNCC, ser abordada de forma transversal pelas escolas, ou seja, nas
várias aulas e projetos.
Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), homologado pelo
Ministério da Educação (MEC), prevê que as redes de ensino adequem os
currículos da educação infantil e fundamental, incluindo esta e outras
competências no ensino, até 2020.
A educação financeira nas escolas traz resultados, de acordo com a
AEF-Brasil. Pesquisa feita em parceria com Serasa Consumidor e Serasa Experian,
este ano, mostra que um a cada três estudantes afirmou ter aprendido a
importância de poupar dinheiro depois de participar de projetos de educação
financeira. Outros 24% passaram a conversar com os pais sobre educação
financeira e 21% aprenderam mais sobre como usar melhor o dinheiro.
Desafios - Levar a educação financeira para todas as escolas envolve, no entanto, uma série de desafios, que vão desde a formação de professores, a oferta de material didático adequado e mesmo a garantia de tempo para que os professores se dediquem ao preparo das aulas.
De acordo com o presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime), Luiz Miguel Garcia, os municípios, que são os responsáveis pela maior
parte das matrículas públicas no ensino infantil e fundamental, focarão, em
2020, na formação dos docentes, para que eles possam levar para as salas de
aula não apenas educação financeira, mas outras competências previstas na BNCC.
“Tivemos um grande foco na construção dos currículos e, agora, neste ano,
[em 2020], entramos no processo de formação. Educação financeira, inclusão,
educação socioemocional, todos esses elementos vão chegar de fato na sala de
aula a partir da discussão que fizermos agora”, diz. Segundo ele, a
implementação será concomitante à formação, já em 2020.
As avaliações mostram que o Brasil ainda precisa avançar. No Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, o Brasil ficou em último
lugar em um ranking de 15 países em competência financeira.
O Pisa oferece avaliação em competência financeira de forma optativa aos
países integrantes do programa. O resultado da última avaliação dessa
competência, aplicada em 2018 ainda foi divulgada.
Os resultados disponíveis mostram que a maioria dos estudantes
brasileiros obteve desempenho abaixo do adequado e não conseguem, por exemplo,
tomar decisões em contextos que são relevantes para eles, reconhecer o valor de
uma simples despesa ou interpretar documentos financeiros cotidianos.
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