O anúncio
do governo federal de que o salário mínimo deve subir para R$ 1.002,00 no
próximo ano acende o alerta das contas públicas. O projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2019 encaminhado ao Congresso Nacional propõe aumento
nominal de 5,03%, em comparação ao valor atual, de R$ 954,00. Os ministros do
Planejamento, Esteves Colnago; e da Fazenda, Eduardo Guardia, apresentaram as
projeções e os principais pontos da proposta.
Descontada
a projeção de inflação feita pelo próprio Executivo para 2018 (INPC de 4%), o
aumento real seria de 1%. A expectativa é que o salário mínimo chegue a R$
1.076,00 em 2020 e a R$ 1.153,00 em 2021.
As pastas
reconhecem que o novo valor impacta o Orçamento em R$ 16,8 bilhões, já que
despesas com benefícios previdenciários e assistenciais estão vinculados ao
salário mínimo.
Em âmbito
local, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca que o aumento
provocará um impacto nas folhas de pagamento municipais de mais de R$ 784
milhões para 2018, valor este 70% menor que o causado em 2017.
O
crescimento de 2019 em relação a 2018 será de R$ 48,00 reais, com um efeito
previsto de mais de R$ 2 bilhões para as folhas municipais, enquanto de 2020 em
relação a 2019 será de R$ 74,00, resultando em R$ 3.408 bilhões.
Despesas com pessoal. Por um lado, a política de aumento de renda via
atualização do salário mínimo, adotado pelo governo federal nos últimos anos,
aumenta o poder de compra das pessoas. Não se pode esquecer, porém, que, por
outro lado, a medida causa problemas de caixa às prefeituras brasileiras. Ao
considerar os efeitos nos indicadores econômicos, é preciso avaliar, portanto,
as consequência para as finanças públicas municipais.
Vale
lembrar que a maior parte de empregados do país se encontra nos Municípios
brasileiros. São mais de 3 milhões de funcionários com remuneração vinculada ao
salário mínimo. Uma vez estabelecido o aumento, o impacto fiscal ocorre de
maneira permanente, pois é vedada qualquer redução nominal de rendimento.
Comparações. A
expectativa inicial era de que o salário mínimo fosse de R$ 979,00 em 2018,
estimativa reduzida a R$ 969,00 com a revisão da meta fiscal e para R$ 965,00
no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2018, aprovado pelo Congresso
Nacional.
No
entanto, o presidente da República Michel Temer fixou o valor em R$ 954,00, o
que representa aumento de R$ 17,00, ou 1,81%, em comparação com o ano passado.
O reajuste de um ano atrás tornou-se o menor em 24 anos. Com a redução, os
Municípios terão uma economia R$ 507 milhões em 2018.
Como
estudo da CNM mostra, desde 2003, a política de valorização do salário mínimo
acumula um impacto de R$ 38.625 bilhões na folha de pagamento municipal. Esses
novos valores conjugam com a política de contingenciamento do Governo Federal
para o ano de 2018.
É
importante lembrar, que por lei, até 2019, a variação no valor do mínimo está
vinculada ao crescimento do PIB, dos dois anos anteriores, conjugado com o
Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), índice semelhante ao IPCA.
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