Procedimento
feito em casa com uso de seringas e esperma colhido na hora pode trazer alguns
riscos e está fora da competência da Anvisa.
A inseminação
artificial caseira ganhou destaque nas últimas semanas em alguns jornais e
sites. A prática envolve basicamente a coleta do sêmen de um doador e sua
inseminação imediata em uma mulher com uso de seringa ou outros instrumentos,
como cateter.
A prática é normalmente feita entre pessoas leigas e em ambientes
domésticos e hotéis, ou seja, fora dos serviços de Saúde e sem assistência de
um profissional de Saúde.
Por isso, as mulheres que se submetem a esse tipo de procedimento na
tentativa de engravidar devem estar cientes dos riscos envolvidos nesse tipo de
prática. Como são atividades feitas fora de um serviço de Saúde e o sêmen
utilizado não provém de um banco de espermas, as vigilâncias sanitárias e a Anvisa
não têm poder de fiscalização.
Do ponto de vista biológico, o principal risco para as mulheres é a
possiblidade de transmissão de doenças graves que poderão afetar a saúde da mãe
e do bebê. Isso se dá devido à introdução no corpo da mulher de um material
biológico sem triagem clínica ou social, que avalia os comportamentos de risco,
viagens a áreas endêmicas e doenças pré-existentes no doador, bem como a
ausência de triagem laboratorial para agentes infecciosos, como HIV, Hepatites
B e C, Zika vírus e outros.
Espéculo e cateteres: Além disso, o uso de um instrumento como o espéculo, utilizado para abrir as paredes da vagina, e a introdução de cateteres e outros instrumentos podem trazer riscos a mais quando feitos por um leigo.
A contaminação por bactérias e fungos presentes no ambiente também pode
ocorrer quando a manipulação do sêmen é feita em ambientes abertos.
Apesar de ser uma escolha individual e não regulada é importante que as
pessoas que estão cogitando esse tipo de procedimento para engravidar avaliem o
risco e conversem com um profissional médico especializado em reprodução
humana.
Alerta sobre os riscos para pessoas que cogitam fazer a inseminação
artificial caseira:
Qualquer
material biológico de terceiros requer avaliação antes de ser introduzido em
outra pessoa.
A
exposição ao ambiente também deve ser considerada. Na inseminação caseira o
esperma fica em contato com o ambiente externo e com os micro-organismos do ar
durante alguns momentos.
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